EnTrE aBeRtAs


Deixei a janela entreaberta,
não tive coragem de fechá-la. 
Ela está entre-aberta na nossa história, monocromática, de tons cinzas, como a cidade que nos encontrou.

A janela está,
entre a paixão e a saudade,
entre-aberta-e-fechada,
porque aquele vento ousado que se atreveu a abri-la não teve a força suficiente para fechá-la.


Mas, desde que a janela não faz mais parte da minha vida eu só posso aguardar...

Que o buraco que ficou
Que a escuridão que agora há
Que o sol que já não me acorda
Que o vento que já não me fala


Que o barulho, o da minha cabeça, pare de me atormentar com perguntas sem resposta.

[Será que foi boa ideia ter deixado a janela entreaberta? Quais são as expectativas dessa-nada-simples ação? O que se enxerga aquém dela? O que acontece quando escurece? ]   

Eu deixei a janela entreaberta, agora ela está com você. Olhe pela janela entreaberta. Dança na janela entreaberta. Ria desde a janela entreaberta. Cante com a janela entreaberta. Procure-me através.  

Comentarios

Entradas populares